CNBB lança revista Movimento de Educação de Base (MEB), em pauta IA na Educação Popular
04 de novembro de 2025, tera
Em um encontro inspirador realizado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, o Movimento de Educação de Base (MEB) lançou na sexta-feira, 31 de outubro, a nova edição da sua Revista MEB de Educação Popular. A publicação coloca em debate o tema urgente e crucial: “A Inteligência Artificial Generativa na educação popular e digital crítica, emancipatória e para o bem comum.”
O evento de lançamento, que contou com a participação de importantes lideranças e especialistas, reafirmou o compromisso histórico do MEB com uma educação libertadora e transformadora, focada na autonomia e na cidadania. A mesa de debates foi composta por dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, irmã Delci Maria Franzen, secretária executiva do MEB, professora Tereza Silva, pesquisadora da UnB, e padre Gabriele Cipriani, membro do Conselho Editorial da Revista MEB.
Inteligência Artificial: a quem serve essa tecnologia?
A 5ª edição da revista convida educadores, pesquisadores, militantes e comunidades a uma profunda reflexão sobre os impactos da Inteligência Artificial Generativa (IAGen) na educação popular. A Revista MEB provoca o debate a partir de uma pergunta fundamental: “a quem serve essa tecnologia?”, diante da constatação de que a IA já é uma “presença cotidiana”.O foco da publicação é duplo: analisar como essa tecnologia pode “contribuir para o bem comum” e, ao mesmo tempo, quais “riscos impõe à autonomia dos sujeitos”. A revista defende a necessidade de a IA reconhecer e valorizar os saberes e histórias dos povos tradicionais, afrodescendentes e comunidades periféricas, que correm o risco de serem invisibilizados por algoritmos que não refletem suas realidades.
Destaques e perspectivas dos convidados
O evento de lançamento, transmitido ao vivo em uma live especial, contou com a presença de personalidades que trouxeram suas visões críticas e propositivas sobre o tema.Dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, destacou o papel da Igreja em conduzir a reflexão ética sobre as novas tecnologias, alinhando-se à posição do Papa Francisco que tem alertado para a necessidade de humanizar a IA e garantir que ela sirva à dignidade humana e à justiça social.
Para irmã Delci Maria Franzen, secretária executiva do MEB, o trabalho do movimento em estabelecer um diálogo vital entre a IAGen e a pedagogia freireana e a ecologia dos saberes é primordial, posicionando a educação popular no centro do “novo território digital”.
A professora Tereza Silva, que contribui para a revista com o artigo “Apropriação crítica da Inteligência Artificial (IA) na escrita”, compartilhou sua perspectiva sobre o uso consciente da IA, alertando para a importância de evitar a “acomodação ingênua de informações” e o “silenciamento da pessoa humana” diante da tecnologia.
Padre Gabriele Cipriani trouxe a reflexão ética do ponto de vista da Igreja, sendo o autor da resenha “A Igreja Católica e os desafios da Inteligência Artificial (IA) Generativa”, na qual aborda as declarações do Papa Francisco e de Papa Leão XIV, incentivando um discernimento moral diante dos algoritmos.
O MEB, com este lançamento, reitera seu compromisso em formar cidadãos conscientes, protagonistas de sua história e capazes de transformar o mundo, convidando à leitura como um “convite à resistência, à esperança e à construção coletiva de saberes”.
Fonte: Cnbb<br />https://www.cnbb.org.br

